Novembro, ainda me lembro

Novembro, ainda me lembro. Me lembro de toda a angustia de um ano sem muitas realizações, me lembro do medo da reprovação. Tudo bem que tudo isso já passou mas, aquela sensação de friozinho na barriga pode até ser muito prazerosa, mas não quando você está prestes a rodar e hmmmm perder uma formatura... A primeira coisa que eu pensei “meu pais, meus pais, meus pais cacete.” O meu medo não era rever todo aquele conteúdo de novo e sim era decepcioná-los, jogar fora toda a confiança que eles depositaram em mim me colocando em um colégio particular, me dando uniforme e material apostilado.

Lembro-me também de todas as minhas expectativas, ganhar a liberdade dos meus pais, sair por ai, aproveitar as férias, beijar muito, viver cada dia como se fosse o ultimo, não é assim que deveríamos fazer? Não é assim que deveríamos agir? Ah, pois é, não foi. Obvio que eu não fiquei trancada em casa, mas eu esperava mais, mais amor, mais paixão. Era como se tudo aquilo fosse sem graça, as coisas começaram a ficar sem graça, e continuam até hoje. É claro que eu passei de ano, mas estou as vésperas da entrega do boletim e vou com 6,0 em umas sete matérias. Ok, eu não deixei de sonhar, e nunca vou deixar. Meu novembro pode não parecer tão encantador assim, mas eu tenho a certeza que aprendi muito, aprendi até a fazer ligações químicas!!
Bloínquês - 16 edição musical